FAMÍLIA DE DEUS E SEUS CONFLITOS

   


     Às vezes sinto tristeza ao constatar que o meu irmão, aquele que senta ao meu lado, que Adora o Senhor aos domingos, que me chama de irmão e amigo, se contradiz em suas ações e Palavras. 

    Quando me choco com as palavras ácidas de um irmão, ou quando o seu testemunho revela imaturidade cristã, a primeira reação é de: como o irmão deixou isso acontecer? Porque não reagiu corretamente, de acordo com os ensinamentos da Palavra e fez justamente o que uma descrente faria? 

    Fecho os olhos um pouco e olho para dentro de mim, eu também faço coisas que desagradam a Deus, sou dura com Palavras, peco com pensamentos, com o meu legalismo, com a religiosidade que muitas vezes nos cega e perco por momentos a minha liberdade cristã. Lembro da guerra do eu: 

Porque o que faço não o aprovo; pois, o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. 
Romanos 7:15 

     Então, olho para o meu irmão como se olhasse para dentro de mim, e reconheço que ainda há um longo caminho até chegar a total maturidade cristã. No meio deste caminho há o reconhecimento constante do ser pecador que somos, e que não há nenhum dos filhos de Deus que seja Perfeito embaixo deste sol, o único Perfeito está acima, nas Alturas. 

    Quando fico chocada com o pecado de meu irmão, percebo que posso cair também, pois as lutas de cada filho de Deus podem diferir, mas são inerentes a todos. Todos nós pecamos. 

 De maneira que agora não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.  Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Romanos 7:17,18 

     Nos assustamos com o pecado de nosso irmão, porque sabemos que todo pecado faz enfermar a alma, contamina, deteriora, e causa sofrimento ao corpo. Gememos, não somente pela nossa condição humana, mas pelo pecado uns dos outros. 

     Pois, enquanto estamos nesta casa, gememos e nos angustiamos, porque não queremos ser despidos, mas revestidos da nossa habitação celestial, para que aquilo que é mortal seja absorvido pela vida. 2 Coríntios 5:4

     Não é ruim importar-se com o pecado de nossos irmãos, temos que cuidar uns dos outros, tratar as feridas com sabedoria e espirito de mansidão. Exercer misericórdia e longanimidade e liberar o perdão. Mas, infelizmente a primeira coisa que fazemos é julgar e levantar hipóteses em cima do pecado alheio, sem mesmo ouvir da boca de nosso irmão a sua dor. 

    É bom lembrar que todos nós podemos cair, bebemos do mesmo manancial, contudo não somos imunes ao pecado. Deus nos ergue mediante arrependimento. 

         Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia! 2 Coríntios, 7:12 

    Penso, que almejamos o céu aqui. Uma igreja perfeita, que não tenha conflitos, nem ovelhas que deem trabalho ao Pastor, nem tampouco lobos em pele de ovelhas. Mas, o céu não é na terra, e enquanto estivermos nesta esfera enfrentaremos conflitos relacionais, rebeldia, indiferença, incompreensão, falta de perdão, e consequentemente incredulidade e apostasia. 

    Os conflitos na igreja, revelam sim o grau de maturidade cristã do corpo, e através deles somos moldados. A dor é um instrumente cortante que talha nossa alma e confronta a nossa identidade. Se no processo doloroso não sentimos dor, então, estamos dormentes para o pecado. 

    Digo, haveremos de derramar muitas lágrimas ainda pela falta de amor em nosso meio. A verdade é: não estamos preparados para o insperado, para lidar com os pecados morais dos outros e podemos enfraquecer o corpo com posturas que revelam imaturidade. 

    Não estamos preparados para aceitar que pessoas são falíveis, decepcionantes. Mas sempre há o perdão de Deus esperando os seus filhos. 

     A melhor coisa que podemos fazer ao nos confrontar com os pecados de nossos irmãos é olhar pelo prisma da graça de Deus. Sim, não merecemos misericórdia, não merecemos perdão, mas Ele é abundantemente gracioso e longânimo para com seus filhos. 

     Cristo nos reconciliou com Deus, e devemos viver esta reconciliação fazendo a diferença em todas as áreas de nossa vida. A maior prova desta reconciliação é o seu amor incondicional, que fez o seu filho unigênito suportar a dor mais extrema, a separação do Pai, a morte na Cruz para nos dar vida. 

     Ele nos ensina a amar uns aos outros, nos ensina o valor da comunhão, da amizade, do perdão, e de ser um corpo chamado igreja. 

     Precisamos desenvolver dia a dia o sentimento de pertencimento a família de Deus. Uma família que se importa, que conhece seus parentes, que os socorre quando necessitados e ama acima das diferenças. 

     Precisamos manter o foco, na Verdade, e no Amor. É como igreja que aprendemos a ser sal para este mundo caído, pois é na família que se conserva a unidade. 

    Talvez você já tenha sido desapontado pelas pessoas que ama, pelas pessoas que você julga ser mais espiritual do que você, por isso pensa que devem ser impecáveis, e isso causou-lhe dor. 

    Também pode ser que esteja observando o quanto o pecado ataca o coração da igreja, acontecem coisas horríveis, sem sentido aos nossos olhos, escandá-los que nos fazem duvidar do caráter de nosso irmão. Mas o perdão é a chave da verdadeira piedade. A igreja precisa viver o perdão ensinado por Cristo, pois sem o perdão a igreja não permanece em Cristo. 

    Precisamos perdoar e confessar nossos pecados para Deus e para os nossos irmãos, com a finalidade de receber ajuda na restauração de nosso ser, e voltarmos aos braços do Pai e a comunhão sadia com nossos irmãos. Sem medo de sermos família,

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