POR DENTRO PÃO BOLORENTO

    

    Recentemente passamos por um constrangimento com a nossa vizinha, porém a origem do conflito deu-se dentro de minhas paredes. Realizamos a pintura anual da casa, e ficamos satisfeitos por ter as paredes limpas.   

    Um certo dia, apareceu uma pequena mancha na parede do quarto de nosso filho. Não cuidamos logo, deixamos ela crescer em uma proporção que afetou a parede da nossa vizinha. O estrago foi grande e precisamos quebrar a parede para consertar o encanamento quebrado que jorrava água para dentro de ambas paredes. 

    Ainda foi necessário restaurar a pintura na parede da vizinha, pois a mesma tinha feito sua pintura recente.

     Amigas, muitas vezes isso também acontece em nosso edifício interior. Esse edifício que dizemos abrigar o Espírito Santo e que o alicerce foi feito com a rocha pura: Jesus Cristo. 

     Deixamos de tratar as feridas que se abrem no decorrer de nossa existência, nos achamos fortes o suficiente pensando que este sofrer contido, nunca irá vazar. Isso não é verdade. 

     Quando iremos aceitar a nossa fragilidade? Somos barro, pó, matéria que se desfaz dia, após dias, mesmo com os devidos cuidados, um dia voltaremos ao pó. Jó reconhece essa efemeridade: 

     O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e farto de inquietação. Sai como a flor, e murcha; foge também como a sombra, e não permanece. Jó 14:1,2 

     Somos seres emotivos, afetivos e até aqueles que se acham insensíveis, durões, tem sentimentos de tristeza, dor, alegria, euforia, frustrações…  

     Nossas emoções não foram dadas para nos reprimir e sim para externarmos o que se passa em nosso coração, e as colocarmos no controle do Espírito Santo. 

    Também não dá para vivermos de maquiagem, apenas retocando o edifício exterior e o interior ficar sem a devida limpeza. Meu pai gostava de dizer esse adágio: por fora bonita viola,  por dentro pão bolorento. 

    É danoso viver de fachada, cobrindo as transgressões, disfarçando as dores, acumulando mágoas, pois um dia tudo isso irá vazar de uma forma doentia.  

    Então, se tivermos que chorar pela dor de uma saudade, choremos. Se estamos sentindo medo, por não saber o que acontecerá no amanhã, clamemos aos pés da cruz, corremos para os braços do Pai, porque Ele nos acolherá e dará o devido escape para nossas inquietações. 

     Se há pecado atormentando a nossa alma, confessemos a Jesus. Sabemos que não há nada oculto para o nosso Deus, mas o homem tem a tendência pecaminosa de esconder os pecados com medo de ser julgado pelos outros, ou envergonhado, ou talvez medo de perder a imagem lustrada pelo ego. 

     O amor de Deus cobre multidões de pecados, quando nos arrependemos e os confessamos a sua misericórdia nos refaz. 

     Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem. Salmo 103.13 

     Contudo, se nos achamos fortes demais, e simplesmente ignorarmos as primeiras manchas que surgem em nosso corpo, adoecemos não somente por fora, mas também por dentro. Não adiantará tomar as ditas pílulas da felicidade, pois elas não resolveram o conflito interior. 

    Precisamos resolver os problemas em sua origem, não apenas fazer a dor ir embora. 

    Não devemos esperar que o nosso edifício estoure e vaze podridão ao ponto de atingir a quem está próximo. Nosso Salvador nos purifica de dentro para fora, com a sua força precisamos reagir. Dar um, basta para o descontentamento. Levantar e se alimentar da Sã Doutrina. Ela é a cura para nossa alma. 

No sofrimento, na dor, voltemo-nos para Deus e Ele cuidará de todas as coisas. Creia nisso! 

 Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4:12