NÃO DESCUIDE, CUIDADO COM O LOBO MAU

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, a ainda quando for velho, não se desviará dele” 

Provérbios 22.6 

     Somos seres descuidados e permitimos que o camelo ponha sua cabeça em nossa tenda, e infelizmente se não formos alertados por Deus, ele entra de corpo inteiro. 

     É preciso cuidar bem da segurança de nossos filhos, primeiramente os consagrando a Deus, depois sendo guarda-costas deles, orando, ensinando, conversando, sendo amigo. 

    Não digo que devemos ser extremamente protetoras a ponto de castrar o desenvolvimento emocional, físico e espiritual de nossos filhos, mas também não podemos deixar que cresçam como Deus plantou batatas, a revelia.  A educação cristã é fundamental e uma responsabilidade dos pais. 

    Ensinamos aos nossos filhos: não se aproximem de um desconhecido, não recebam nada de suas mãos, se um desconhecido se aproximar, e o papai e a mamãe não estiverem por perto o certo é correr para dentro de casa. 

    Sabemos que o mundo é perverso, e que satanás tem os seus anjos de prontidão para destruir a inocência de nossas crianças. Então, ensinamos a nossas crianças sobre o perigo de se aproximarem de pessoas desconhecidas. 

    Ao mesmo tempo, alguns pais permitem que seus filhos cresçam passando de braço em braço nas reuniões da família cristã, acostumando-as a sentirem-se seguras nos colos de outras pessoas. Observo muito desta postura em nossas igrejas, pois temos em mente que todos que ali estão são totalmente confiáveis, incapazes de cometer um ato cruel contra um de seus irmãos. 

    Outro engano, pois a Palavra de Deus diz: “Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!” Jeremias 17. 5 

    As crianças devem ser ensinadas a ficarem sentadas perto de seus responsáveis ou serem encaminhadas ao berçário, como também a programação reservadas para elas com  pessoas treinadas para o culto infantil. 

    Uma realidade assustadora é que cresce o número de crianças dos lares cristãos vítimas de abuso sexual e violência doméstica e o agressor não é propriamente um desconhecido. 

    

    Pensamos que somente estranhos podem atacar as nossas crianças, mas isso é um tremendo erro. 

    Quero alertar para o abuso infantil dentro dos ambientes que consideramos sadios e que são de maior importância para uma família cristã. O lar, a escola, a igreja. 

    Segundo as estatísticas da UNICEF,  a maioria dos casos de abuso sexual na infância, ocorre dentro dos lares ou o culpado é alguém que a criança confia. 

     É difícil pensar que um parente bem próximo, um vizinho que se oferece constantemente para guardar o seu filho(a), um professor, um profissional de saúde que insiste em ter a consulta pediátrica sem a presença dos pais dentro do consultório, ou até um irmão da igreja possa sentir desejo lascivo por sua criança. 

    Quando eu tinha menos de oito anos fui vítima de abuso sexual por uma pessoa que morava conosco. 

Era um parente de total confiança da minha mãe. Depois aos doze anos fui agarrada por um vizinho e tocada agressivamente no caminho da escola, e na adolescência precisei pular de um carro em movimento para escapar mais uma vez do abuso sexual. Cresci muito assustada, e com a tristeza da desconfiança.

    Mas, em todos os casos o que mais deixou sequelas foi aos treze anos quando fui vítima de assédio por parte de um líder da igreja onde meus pais eram membros. Esse homem estava acima de qualquer suspeita, pois era considerado um crente fiel, e meus pais não tinham como desconfiar de uma pessoa assim.

  Mesmo tendo sido orientada por meus pais como reagir a ataques de estranhos, naquela hora, senti-me totalmente descuidada, abandonada e culpada. 

  Contudo, aos treze anos eu já tinha maturidade suficiente para contar a verdade aos meus pais e não me acovardar, pois, até aquele momento eu vivia a sombra do medo das outras ocorrências. Não foi fácil, contar detalhes deste acontecimento, porém agiu de forma correta e discreta.  

   Então, a educação sexual deve iniciar cedo em nossos lares, ensinando as crianças a perceberem os perigos, nas conversas, nos toques, nos agradinhos e a falarem quando se sentirem ameaçadas. 

    No caso de precisarem ficar sozinhas, não abrirem as portas para o lobo, nem para o cordeiro, pessoas que são conhecidas, mas que não foram autorizadas pelos pais para serem seus cuidadores. Fiquem de olho nas redes sociais, e nos aplicativos de bate-papo. 

    Devemos ensinar as crianças sobre a santidade do corpo, e como elas dizerem não às pessoas que as queiram tocar nas partes íntimas, sejam elas quem forem. É de grande importância ficar atento aos ambientes que as crianças circulam, e obter informações seguras das pessoas que vão ser seus cuidadores, orientadores e professores. 

    Como também observar as mudanças repentinas de comportamento de nossas crianças. Sempre conversar com as mesmas após o regresso das atividades interativas como: um passeio com coleguinhas da escola, ou um acampamento da igreja local. 

    A medida que eles forem crescendo, aprofundar abertamente o assunto sobre sexualidade, pois esse tema deve ser objeto de ensino por toda a vida de nossos filhos.